Copyright tOrange.biz This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O tratamento com auto-hemoterapia consiste em
retirar sangue da veia do antebraço e aplicá-lo imediatamente no músculo. O
sangue, em contato com o músculo, provoca uma reação de rejeição estimulando o
sistema retículo-endotelial[1].
Os monócitos produzidos na medula óssea deslocam-se para os tecidos, onde são
denominados macrófagos, os quais protegem os tecidos, mantendo-os livres de
corpos estranhos. Os macrófagos têm importante papel no combate às células cancerígenas.
A técnica também pode compreender a
retirada de sangue do paciente, que é nele administrado por via intramuscular,
intravenosa, subcutânea, tópica ocular ou peridural após receber ou não
tratamento com radiação UV, ozônio ou outro agente.
Algumas modalidades da técnica são:
- Auto-hemoterapia propriamente dita – onde o sangue é retirado da veia e administrado no músculo, sem qualquer adição de substância ou tratamento com radiação;
- Auto-hemoterapia ocular subconjuntival – consiste na administração subconjuntival de sangue retirado da veia do próprio paciente para tratamento de queimaduras oculares;
- Tampão sanguíneo peridural – onde o sangue é retirado da veia e administrado via peridural;
- Auto-hemoterapia com sangue submetido à ação de certos agentes – onde o sangue é retirado da veia e submetido à ozonização ou à irradiação UV, administrado por via intramuscular, intravenosa ou por infiltração.
A luz ultravioleta tem sido usada como
desinfetante por muitos anos. A maioria dos objetos contaminados pode ser limpa
rapidamente de vírus e bactérias pela exposição a esse tipo de luz. No entanto,
o efeito mais dramático da irradiação ultravioleta é a estimulação do sistema
imunológico e de vários sistemas enzimáticos. Através de um mecanismo que
provavelmente envolve o aumento da produção de linfocinas, o sistema
imunológico é ativado para “atacar” tanto as células cancerígenas quanto os
organismos invasores. O sangue é
retirado do braço e é então exposto por breves instantes aos raios ultravioletas controlados. Então, depois que o sangue foi exposto à luz, ele é devolvido
à veia e à corrente sanguínea em um sistema de circuito fechado.
APARELHO DE FOTOTERAPIA PARA AUTO-HEMOTERAPIA / DE MESA / COM LÂMPADA DE UV
EUPHOTON EN 600 NT
Há também a possibilidade da técnica com a
terapia de ozônio, que pode aumentar a capacidade do sistema imunológico de
combater os germes. Uma pequena quantidade de sangue é retirada do paciente
usando uma seringa e colocada em uma bolsa de soro. O ozônio é colocado na bolsa
de soro que se mistura com o sangue. O sangue então flui da bolsa IV (terapia
intravenosa) sob uma luz ultravioleta e depois para o paciente via IV. Quando o
sangue é colocado de volta no corpo, o sistema imunológico é fortalecido. O
sistema imunológico reconhece os marcadores químicos da doença no sangue e
lança um novo ataque. Isso também aumenta o nível de energia e vitalidade.
APARELHO DE OZONIOTERAPIA PARA AUTO-HEMOTERAPIA / DE MESA
BASICPLUS
O tratamento com a auto-hemoterapia produz
as seguintes reações fotoquímicas benéficas:
- Inativação de toxinas
- Destruição e inibição do crescimento de bactérias, fungos e vírus na corrente sanguínea
- Aumento do poder de combinação de oxigênio do transporte de sangue e oxigênio para órgãos
- Ativação de hormônios esteroides
- Vasodilatação
- Ativação de glóbulos brancos
- Imunoestimulante da imunidade celular e humoral
- Estimulação da fibrinólise
- Diminuição da viscosidade do sangue
- Estimulação da produção de corticosteroides
- Diminuição da agregação plaquetária
- Melhor microcirculação e oxigenação dos tecidos.
- Efeitos anti-inflamatórios
- Maior tolerância do corpo à radiação ou quimioterapia
- Proteção cardiovascular através do aumento do metabolismo do colesterol, ácido úrico e glicose
- Resolução de espasmos vasculares
- Poderosas propriedades anti-infecciosas
Também conhecida como auto-hemotransfusão, a técnica de retirar pequena quantidade de sangue por via intravenosa e administrar na mesma pessoa por via intramuscular, começou a ser utilizada em 1911 com a pretensa finalidade, alegada por alguns dos seus defensores, de “estimular o sistema imunológico” ou de atuar como “vacina autógena”, visando tratar ou prevenir infecções e também tratar diversas doenças de etiopatogenias distintas.
A auto-hemoterapia é uma prática de
frequência crescente, com potencial risco à saúde dos indivíduos, pois é um
método terapêutico ainda sem comprovação científica, executado muitas vezes por
pessoal sem capacitação e sob condições inadequadas de Biossegurança. Praticamente,
não há estudos clínicos que comprovem a eficácia e a segurança deste
procedimento; apenas pesquisas experimentais com resultados questionáveis,
tanto em estudos com seres humanos quanto em animais.
A técnica não está regulamentada pela
Anvisa, nem pelo Conselho Federal de Medicina. Também, não é reconhecida, nem
aceita, nos meios científicos nacionais representados pela SBHH (Sociedade
Brasileira de Hematologia e Hemoterapia) e CBH (Colégio Brasileiro de
Hematologia).
Entretanto, há mais de um século ela é empregada e está
em processo de expansão no Brasil. Não há, portanto, como desconhecer esse
tratamento. As universidades e centros de pesquisa, por sua vez, têm o dever de estudá-lo,
relatando os resultados dos seus estudos.
Os princípios Bioéticos devem ser considerados e a prevenção, a proteção,
a precaução e a prudência são referenciais teóricos e práticos indispensáveis
em questões que envolvem o uso de tecnologias em situações de vulnerabilidade,
gestão da "coisa pública" e equilíbrio ambiental.
O desenvolvimento da ciência tem produzido
avanços tecnológicos em diversas áreas do conhecimento. Na área da saúde,
riscos potenciais e reais foram criados por este avanço tecnológico. Assim, o
referencial da precaução busca a avaliação segura e quantitativa dos riscos por
meio da eliminação ou diminuição do dano causado pelos mesmos.
A Bioética tem muito a contribuir para a
Vigilância Sanitária, uma vez que oferece "ferramentas" que poderão
ser utilizadas em situações de conflito ético e moral na área da Saúde Pública.
___________________________
Referências:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302008000200026&lng=en&nrm=iso&tlng=en
Imagens:
http://www.medicalexpo.com/pt/prod/humares/product-68781-750406.html
http://www.medicalexpo.com/pt/prod/evozone-gmbh/product-112234-739600.html
Imagens:
http://www.medicalexpo.com/pt/prod/humares/product-68781-750406.html
http://www.medicalexpo.com/pt/prod/evozone-gmbh/product-112234-739600.html
[1] Sistema reticuloendotelial (SRE) ou sistema mononuclear fagocitário
é o sistema orgânico constituído por células que, situadas em diferentes locais
do organismo, têm características reticulares e endoteliais e são dotadas de
capacidade fagocitária, intervindo, desse modo, na formação de células
sanguíneas, no metabolismo do ferro, além de desempenharem funções de defesa
contra infecções generalizadas.