A primeira escola de medicina do Brasil foi criada pelo Príncipe
Regente D. João VI, em 18 de fevereiro de 1808 na cidade de Salvador, e foi
chamada de Escola de Cirurgia da Bahia.
Na fase colonial, de 1500 a 1808, a medicina era exercida por várias categorias de profissionais, como barbeiros, sangradores, boticários, anatômicos, ou, simplesmente entendidos.
Na fase colonial, de 1500 a 1808, a medicina era exercida por várias categorias de profissionais, como barbeiros, sangradores, boticários, anatômicos, ou, simplesmente entendidos.
A prática médica vigente se
orientava pela identificação dos sinais mais importantes e mais facilmente
reconhecíveis. Verificavam-se as semelhanças e as diferenças com o estado de
saúde, ao mesmo tempo em que se observava tudo que se podia ver, ouvir, tocar e
sentir e ser reconhecido pelos conhecimentos da época.
Em 1813, a escola de cirurgia passou
a ser chamada de Academia Médico-Cirúrgicas, que passaram a formar médicos
cirurgiões e, depois da Independência, foram transformadas em Faculdades de
Medicina, seguindo o modelo francês.
A fase científica iniciou-se a
partir de 1848, quando os cirurgiões foram equiparados aos médicos, sendo-lhes
reconhecido o direito de exercer livremente qualquer ramo da ciência médica, resultando
no desenvolvimento cultural, médico e científico. Com o auxílio dos franceses,
deram início às cirurgias de maior complexidade.
Com a proclamação da República,
novos centros de desenvolvimento científico e cultural começam a surgir. A Santa Casa da cidade
de São Paulo foi o berço da cirurgia cardíaca brasileira.
O aumento da demanda de assistência
médica à população crescia concomitantemente ao aumento populacional, o que
determinou a mudança do perfil do médico formado no fim do século XIX. Foram
criados, por meio de Decreto, regulamentos para os exames das Faculdades de
Medicina, estudos práticos nos laboratórios, e estatutos sobre a estruturação
interna das instituições.
A partir dos anos 1870/1880, já se
percebe uma preocupação com um ensino mais prático da medicina, voltado para a
experimentação em Laboratórios, para instrumentalizar o profissional de forma
mais ampla e não estritamente teórico como era antes.
A Constituição Federal de 1988, consolidou
a interface saúde e educação, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), originou
portarias, decretos, resoluções, pareceres e leis, como por exemplo, a Lei 9.394/96,
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) que, dentre outras coisas,
criou o processo de avaliação das instituições de educação superior, assim como
do rendimento escolar dos alunos do ensino básico e superior; a Lei 10.172/2001,
Plano Nacional da Educação (PNE), que estabelece ênfase no Projeto Político
Pedagógico da escola, visando a elevação global do nível de escolaridade da
população, a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis, a redução das
desigualdades sociais e regionais e a democratização da gestão do ensino público;
e as resoluções e pareceres com as diretrizes curriculares para o curso de
medicina, aprovados pelo Conselho Nacional de Educação CNE).
Entretanto, o ensino médico manteve
o seu currículo, e, com o surgimento de novas epidemias, tornou-se evidente a inadequação
dos cursos médicos tradicionais, focados prioritariamente nas doenças
tradicionalmente tratadas nos hospitais universitários.
Desta forma, percebe-se a
necessidade de um ensino superior atento às transformações naturais do
desenvolvimento humano, a fim de acompanhar a evolução tecnológica, desenvolvendo
a pesquisa e a extensão, formando um profissional capaz de lidar com todos os níveis
de complexidade da área da saúde, com capacidade técnica e responsabilidade
social.
Referências Bibliográficas:
AMARAL, Jorge Luiz do. Duzentos Anos de Ensino Médico no Brasil. 2007. 207f. Orientadora: Célia Regina Pierantoni. Tese (doutorado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Medicina Social. Disponível em: <http://www.portalmedico.org.br/arquivos/duzentos_anos_de_ensino_medico_no_brasil.pdf>
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>
Colunista do Portal
Educação. PNE - Plano Nacional de
Educação (Aprovado pela Lei nº 10.172/2001). Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/32446/pne-plano-nacional-de-educacao-aprovado-pela-lei-n-10172-2001#ixzz42dEiLrP5>
COSTA, Iseu Affonso da. História da Cirurgia Cardíaca Brasileira. Rev Bras Cir Cardiovasc vol. 13 n. 1 São Paulo Jan./Mar. 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-76381998000100002&script=sci_arttext&tlng=pt>