"Freire
criticava a idéia de que ensinar é transmitir saber porque para ele a missão do
professor era possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos. Mas ele
não comungava da concepção de que o aluno precisa apenas de que lhe sejam
facilitadas as condições para o auto-aprendizado. Freire previa para o
professor um papel diretivo e informativo - portanto, ele não pode renunciar a
exercer autoridade. Segundo o pensador pernambucano, o profissional de educação
deve levar os alunos a conhecer conteúdos, mas não como verdade absoluta.
Freire dizia que ninguém ensina nada a ninguém, mas as pessoas também não
aprendem sozinhas. "Os homens se educam entre si mediados pelo
mundo", escreveu. Isso implica um princípio fundamental para Freire: o de
que o aluno, alfabetizado ou não, chega à escola levando uma cultura que não é
melhor nem pior do que a do professor. Em sala de aula, os dois lados
aprenderão juntos, um com o outro - e para isso é necessário que as relações
sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se
expressar. "Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar
que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo", diz
José Eustáquio Romão, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo."
Fonte:
FERRARI, Márcio.
Revista Nova Escola. Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência.
Aprendizado Conjunto. 2015. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/mentor-educacao-consciencia-423220.shtml?page=1