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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Auto-hemoterapia


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O tratamento com auto-hemoterapia consiste em retirar sangue da veia do antebraço e aplicá-lo imediatamente no músculo. O sangue, em contato com o músculo, provoca uma reação de rejeição estimulando o sistema retículo-endotelial[1]. Os monócitos produzidos na medula óssea deslocam-se para os tecidos, onde são denominados macrófagos, os quais protegem os tecidos, mantendo-os livres de corpos estranhos. Os macrófagos têm importante papel no combate às células cancerígenas.

A técnica também pode compreender a retirada de sangue do paciente, que é nele administrado por via intramuscular, intravenosa, subcutânea, tópica ocular ou peridural após receber ou não tratamento com radiação UV, ozônio ou outro agente.

Algumas modalidades da técnica são:
  • Auto-hemoterapia propriamente dita – onde o sangue é retirado da veia e administrado no músculo, sem qualquer adição de substância ou tratamento com radiação;
  • Auto-hemoterapia ocular subconjuntival – consiste na administração subconjuntival de sangue retirado da veia do próprio paciente para tratamento de queimaduras oculares;
  • Tampão sanguíneo peridural – onde o sangue é retirado da veia e administrado via peridural;
  • Auto-hemoterapia com sangue submetido à ação de certos agentes – onde o sangue é retirado da veia e submetido à ozonização ou à irradiação UV, administrado por via intramuscular, intravenosa ou por infiltração.

A luz ultravioleta tem sido usada como desinfetante por muitos anos. A maioria dos objetos contaminados pode ser limpa rapidamente de vírus e bactérias pela exposição a esse tipo de luz. No entanto, o efeito mais dramático da irradiação ultravioleta é a estimulação do sistema imunológico e de vários sistemas enzimáticos. Através de um mecanismo que provavelmente envolve o aumento da produção de linfocinas, o sistema imunológico é ativado para “atacar” tanto as células cancerígenas quanto os organismos invasores. O sangue é retirado do braço e é então exposto por breves instantes aos raios ultravioletas controlados. Então, depois que o sangue foi exposto à luz, ele é devolvido à veia e à corrente sanguínea em um sistema de circuito fechado.

APARELHO DE FOTOTERAPIA PARA AUTO-HEMOTERAPIA / DE MESA / COM LÂMPADA DE UV
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Há também a possibilidade da técnica com a terapia de ozônio, que pode aumentar a capacidade do sistema imunológico de combater os germes. Uma pequena quantidade de sangue é retirada do paciente usando uma seringa e colocada em uma bolsa de soro. O ozônio é colocado na bolsa de soro que se mistura com o sangue. O sangue então flui da bolsa IV (terapia intravenosa) sob uma luz ultravioleta e depois para o paciente via IV. Quando o sangue é colocado de volta no corpo, o sistema imunológico é fortalecido. O sistema imunológico reconhece os marcadores químicos da doença no sangue e lança um novo ataque. Isso também aumenta o nível de energia e vitalidade.

APARELHO DE OZONIOTERAPIA PARA AUTO-HEMOTERAPIA / DE MESA
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O tratamento com a auto-hemoterapia produz as seguintes reações fotoquímicas benéficas:
  • Inativação de toxinas
  • Destruição e inibição do crescimento de bactérias, fungos e vírus na corrente sanguínea
  • Aumento do poder de combinação de oxigênio do transporte de sangue e oxigênio para órgãos
  • Ativação de hormônios esteroides
  • Vasodilatação
  • Ativação de glóbulos brancos
  • Imunoestimulante da imunidade celular e humoral
  • Estimulação da fibrinólise
  • Diminuição da viscosidade do sangue
  • Estimulação da produção de corticosteroides
  • Diminuição da agregação plaquetária
  • Melhor microcirculação e oxigenação dos tecidos.
  • Efeitos anti-inflamatórios
  • Maior tolerância do corpo à radiação ou quimioterapia
  • Proteção cardiovascular através do aumento do metabolismo do colesterol, ácido úrico e glicose
  • Resolução de espasmos vasculares
  • Poderosas propriedades anti-infecciosas

Também conhecida como  auto-hemotransfusão, a técnica de retirar pequena quantidade de sangue por via intravenosa e administrar na mesma pessoa por via intramuscular, começou a ser utilizada em 1911 com a pretensa finalidade, alegada por alguns dos seus defensores, de “estimular o sistema imunológico” ou de atuar como “vacina autógena”, visando tratar ou prevenir infecções e também tratar diversas doenças de etiopatogenias distintas.

A auto-hemoterapia é uma prática de frequência crescente, com potencial risco à saúde dos indivíduos, pois é um método terapêutico ainda sem comprovação científica, executado muitas vezes por pessoal sem capacitação e sob condições inadequadas de Biossegurança. Praticamente, não há estudos clínicos que comprovem a eficácia e a segurança deste procedimento; apenas pesquisas experimentais com resultados questionáveis, tanto em estudos com seres humanos quanto em animais.

A técnica não está regulamentada pela Anvisa, nem pelo Conselho Federal de Medicina. Também, não é reconhecida, nem aceita, nos meios científicos nacionais representados pela SBHH (Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia) e CBH (Colégio Brasileiro de Hematologia).

Entretanto, há mais de um século ela é empregada e está em processo de expansão no Brasil. Não há, portanto, como desconhecer esse tratamento. As universidades e centros de pesquisa, por sua vez, têm o dever de estudá-lo, relatando os resultados dos seus estudos.

Os princípios Bioéticos devem ser considerados e a prevenção, a proteção, a precaução e a prudência são referenciais teóricos e práticos indispensáveis em questões que envolvem o uso de tecnologias em situações de vulnerabilidade, gestão da "coisa pública" e equilíbrio ambiental.

O desenvolvimento da ciência tem produzido avanços tecnológicos em diversas áreas do conhecimento. Na área da saúde, riscos potenciais e reais foram criados por este avanço tecnológico. Assim, o referencial da precaução busca a avaliação segura e quantitativa dos riscos por meio da eliminação ou diminuição do dano causado pelos mesmos.

A Bioética tem muito a contribuir para a Vigilância Sanitária, uma vez que oferece "ferramentas" que poderão ser utilizadas em situações de conflito ético e moral na área da Saúde Pública.

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Referências:




[1] Sistema reticuloendotelial (SRE) ou sistema mononuclear fagocitário é o sistema orgânico constituído por células que, situadas em diferentes locais do organismo, têm características reticulares e endoteliais e são dotadas de capacidade fagocitária, intervindo, desse modo, na formação de células sanguíneas, no metabolismo do ferro, além de desempenharem funções de defesa contra infecções generalizadas.


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