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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

A doação de sangue autólogo durante a cirurgia reduz a morbidade, o risco de mortalidade


Um protocolo de doação autóloga intraoperatória[1] utilizado  em pacientes durante cirurgias cardíacas foi comprovado seguro e eficaz na minimização da morbidade e mortalidade perioperatória, de acordo com dados apresentados no Encontro Anual da Sociedade para Cirurgiões Torácicos.

"Um protocolo agressivo de doação autóloga intraoperatória é uma estratégia eficaz de conservação do sangue que leva a melhores resultados em cirurgias cardíacas",  disse Eric Zimmermann, MD, médico-residente no Hospital de cuidados intensivos NewYork-Presbyterian Queens, juntamente com sua equipe médica.

Os pesquisadores analisaram dados de 688 pacientes operados entre 2009 e 2017. Os dados incluíram resultados de pacientes antes (n = 268; idade média, 66 anos; 65% homens) e depois (n = 420; idade média, 64 anos; 74% homens) de um protocolo agressivo de doação autóloga intraoperatória ser implementado no departamento em janeiro de 2013.

As variáveis ​​incluídas neste estudo foram: drenagem torácica, tempo de internação, transfusões de concentrado de hemácias, tipo de procedimento, dados demográficos e resultados.

Os pacientes que se submeteram à cirurgia após a implementação do protocolo necessitaram de menos transfusões de sangue após a cirurgia em comparação com aqueles que foram submetidos à cirurgia antes do protocolo ser implementado (70% vs. 40%; P <0,001). Além disso, esses pacientes tiveram menor tempo de internação (7,8 dias vs. 6,8 dias; P <0,001), menos transfusões totais (1,76 concentrado de hemácias vs. 0,79 concentrado de hemácias; P <0,001) e menor drenagem torácica. (1,295 mL vs. 1,207 mL; P = 0,038).

"Nós concordamos em 100% que isso não é definitivo, mas esperamos que promova interesse adicional no assunto", disse Zimmermann à revista médica Cardiology Today. "Esperamos que isso possa motivar prospectivos estudos para trazer mais rigor científico ao assunto."

A doação de sangue autólogo não é uma novidade. Sempre houve um consenso de que os resultados são melhores quando se utiliza sangue autólogo a fim de evitar transfusões de glóbulos vermelhos.

Existem provavelmente dois mecanismos. Um é um verdadeiro efeito biológico porque as transfusões estão associadas à reações adversas, infecções potenciais e imunossupressão. Evitar uma transfusão é extremamente importante e definitivamente resultará em benefício clínico.

Há também um viés de seleção, especialmente em estudos como este. O viés de seleção significa que estamos de alguma forma selecionando pacientes que recebem doação de sangue autólogo, no sentido de que eles são um pouco diferentes dos pacientes que não o fazem. A doação de sangue autólogo requer um pouco mais de trabalho, tempo e doação por si só porque você retira um certo volume que pode ser tolerado apenas por um indivíduo saudável ou pelo menos um indivíduo em boa forma. Os pacientes candidatos à doação de sangue autólogo não podem estar muito doentes ou o procedimento não pode ser muito urgente. Esse é um grande fator de confusão que precisa ser levado em conta ao analisar esse tipo de estudo.

É muito provável que exista um efeito biológico, mas os resultados também podem confundir pela indicação ou por um viés de seleção que explica esses resultados.

Mais pesquisas são necessárias. Este é um estudo preliminar. Os autores devem ser elogiados por esta apresentação, mas a análise ainda não está ajustada. Eles estão comparando duas populações de pacientes em diferentes períodos de tempo. Há também uma evolução da técnica e do gerenciamento. Este é um excelente ponto de estudo, mas não pode ser visto como uma conclusão definitiva. Nossos esforços de pesquisa devem se concentrar no gerenciamento do sangue e, em geral, na tentativa de tornar esse procedimento mais seguro.

"Eu não vejo nenhuma desvantagem nessa técnica se um paciente puder tolerá-la. É definitivamente algo muito útil."

Vinte anos atrás, a revascularização do miocárdio era considerada uma cirurgia arriscada. Havia um risco operatório considerável. Naquela época, o principal objetivo do cirurgião era apenas que o paciente sobrevivesse após a cirurgia. Agora, o risco é inferior à 1%. Não podemos garantir a sobrevivência do paciente agora, mas também precisamos maximizar o benefício da cirurgia, minimizando o seu lado negativo o máximo possível.



[1] É o método em que o sangue expelido durante a cirurgia é recolhido para ser utilizado na transfusão ou recolhido após a cirurgia da cavidade fechada através de drenagem do sangue. Há a possibilidade do sangue coletado estar contaminado por bactérias, células tumorais ou misturas estranhas.


Fonte:



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